Foto: Shealah Craighead / Casa Branca
Empresas relataram um grande aumento de até 1.000% nas vendas de pílula do dia seguinte nos Estados Unidos após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, segundo a CBS News.
A Winx Health, empresa de saúde sexual, registrou um crescimento de 966% nas vendas das pílulas do dia seguinte nas 60 horas após as eleições, comparado com a semana anterior. Uma outra empresa de saúde sexual e reprodutiva, chamada Wisp, reportou um aumento de 1000% nas vendas de contraceptivos de emergência entre os dias 5 e 6 de novembro.
A CEO da Wisp, Monica Cepak, contou à CBS News que a disparada nas vendas aconteceu principalmente em estados com políticas antiaborto. Texas, Alabama e Indiana lideraram as vendas.
Monica Cepak afirmou que um movimento parecido foi observado após a Suprema Corte revogar, em 2022, o direito constitucional ao aborto, em vigor desde 1973 . A decisão não tornou o aborto ilegal, mas permitiu que cada estado decidisse autorizá-lo ou não. “Nós não estamos surpresos de que mulheres estão, mais uma vez, assumindo seus próprios cuidados de saúde ao estocar esse medicamento”, disse.
Trump já se posicionou diversas vezes publicamente contra o aborto fora de três exceções: estupro, incesto e risco à vida da mãe. Na presidência, ele nomeou três juízes conservadores que atuaram no julgamento de 2022.
O republicano evitou discutir o assunto durante a campanha contra os democratas. Ele defendeu que os estados tomassem suas decisões sobre a questão, o que significaria que alguns estados permitissem o aborto.
O presidente eleito se recusou a dizer como votou sobre o direito ao aborto. A cédula usada na Flórida, onde ele votou, questionava se o eleitor aprovava ou desaprovava que legisladores passem leis que penalizem, proíbam, atrasem ou restrinjam abortos no estado. “Você devia parar de falar sobre isso”, disse Trump à repórter ao ser questionado sobre o tema.
A consulta de iniciativa cidadã para ampliar o direito ao aborto para além das seis semanas de gestação fracassou no estado. A Flórida votou esmagadoramente em Trump para presidente.