InícioBlogFim da ‘gotinha’: Ministério da Saúde substitui vacina contra a poliomelite

Fim da ‘gotinha’: Ministério da Saúde substitui vacina contra a poliomelite

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

A partir desta segunda-feira (4), o Ministério da Saúde substituirá ambas as doses de reforço com vacina oral poliomelite (VOP), conhecidas como ‘gotinha’, por uma dose de vacina inativada poliomelite (VIP). A mudança havia sido anunciada pela pasta no mês de setembro.

Conforme a pasta, a decisão foi tomada com base em critérios epidemiológicos, evidências científicas sobre a vacina e recomendações internacionais para deixar o esquema vacinal mais seguro.

Antes da mudança, o esquema vacinal contemplava a administração de três doses da VIP, aos 2, 4 e 6 meses, além de duas doses de reforço com a VOP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Agora, com a gotinha deixando de ser utilizada, será necessária apenas uma dose de reforço com VIP, aos 15 meses.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS?

À CNN, o especialista Alfredo Gilio, Coordenador da Clínica de Imunização do Hospital Israelita Albert Einstein, informou que a mudança favorece crianças com alterações na imunidade, que “podem ter problemas” quando tomam vacinas como as VIP.

A substituição, segundo o especialista, também trará benefícios para pessoas com sistema imunológico comprometido e evitará contaminação por uma possível “variante vacinal” do vírus.

Segundo Gilio, quando é utilizada a variante oral de vacina com vírus vivo, ele é excretado pelas fezes. “Em um país como o Brasil, com baixa taxa de saneamento, esse vírus pode ser esparramado na comunidade”, afirmou o especialista.

FIM DO ZÉ GOTINHA?

O personagem ‘Zé Gotinha’, criado para incentivar a vacinação contra a poliomelite, e que fez parte da infância de milhões de brasileiros, em teoria deixaria de ter serventia com a remoção da “gotinha”. No entanto, o Ministério da Saúde afirmou que o personagem continuará existindo.

“O personagem entrou em campo também para alertar sobre a prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Portanto, ele continua trabalhando em prol da imunização”, afirmou o combinado divulgado pelo Ministério em setembro.

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