Um turista israelense de 20 anos foi preso na tarde desta terça-feira, 5, na ilha de Boipeba, um dos destinos turísticos mais procurados do município de Cairu, no baixo-sul da Bahia. O estrangeiro foi acusado de injúria racial e corrupção ativa após insultar dois trabalhadores locais e tentar subornar policiais para evitar a prisão.
De acordo com o delegado Tiago Campos, que responde pela Delegacia Territorial de Cairu, o incidente ocorreu no atracadouro da ilha, onde as vítimas – ambas trabalhadoras no transporte de bagagens e mercadorias – foram alvo de insultos racistas. Testemunhas e as próprias vítimas relataram que o estrangeiro teria chamado os dois homens negros de “macacos”. O episódio foi registrado em vídeo, que foi utilizado pelas vítimas como prova ao buscarem ajuda com a Polícia Militar.
Após a denúncia e diante da evidência, o turista foi abordado pelos policiais. No entanto, segundo a polícia, ele tentou oferecer dinheiro aos agentes para evitar a prisão, configurando o crime de corrupção ativa.
O suspeito foi então conduzido à Delegacia de Cairu, onde o auto de prisão em flagrante foi formalizado. Ele passou por exame de corpo de delito e sua prisão foi comunicada ao Juízo Criminal de Valença, ao Ministério Público da Bahia, à Defensoria Pública, ao Consulado de Israel no Brasil e à Polícia Federal.
Segundo as autoridades, o turista permanecerá detido, uma vez que não possui direito a fiança. A situação chama atenção para a gravidade de crimes de injúria racial no Brasil, onde têm sido realizados esforços para enfrentar o racismo de forma mais rigorosa e para punir atos discriminatórios, especialmente em locais turísticos que recebem visitantes de diferentes nacionalidades.